terça-feira, 27 de outubro de 2009

Pós-Copenhague

Estamos a 45 dias do encontro de Copenhague no qual serão discutidas novas metas para a redução das emissões de gases de efeito estufa. É uma espécie de pós-Kyoto, que previa metas para os países desenvolvidos até 2012 e que não foi cumprido totalmente, em grande parte por causa da ausência dos EUA. E agora podemos ver a história se repetir. Fala-se já em um pós-Copenhague nos círculos mais céticos da negociação internacional. O que pode dar errado em na Dinamarca?

1. Os Estados Unidos dão poucos sinais de que cumpririam uma meta estabelecida em acordo internacional. Preferem metas próprias, menores. Também exigem limites para os emergentes.

2. Os dois emergentes que mais poluem, China e Índia, estão muito pouco inclinados em aceitar metas, ou metas ambiciosas, como exigem os ambientalistas.

3. Há muitas dúvidas sobre como funcionariam os mecanismos de compensação de emissões entre países ricos e pobres, sobre as fontes de financiamento e sobre o funcionamento do mecanismo de redução do desmatamento. Não adiantaria metas sem isso.

O Brasil diz um dia que vai ter meta, no outro diz que não - fruto da divisão entre ministérios envolvidos com o assunto. Sem uma meta global, não seria diplomaticamente recomendável que o país aceitasse reduzir sozinho e sem financiamento externo suas emissões. Também seria um erro não apresentar boa vontade em reduzi-las, principalmente através da diminuição do desmatamento, nossa maior fonte de gases de efeito estufa. Há quem aposte que o Brasil vai apresentar um instrumento intermediário: um compromisso em reduzir o desmatamento, com um percentual não muito ambicioso.

Nenhum comentário:

Postar um comentário