segunda-feira, 19 de outubro de 2009
2007 revivido
Muita gente voltou a valar em bolha e "descolamento". Para quem não conhece bem os termos, eles estão intimamente ligados à crise econômica e ao pânico que jogou a economia global em uma baita recessão. Até o começo de 2007 os preços dos imóveis nos EUA e em alguns países europeus subiam sem parar, em parte porque havia muito dinheiro barato pronto para assumir os riscos do mercado. Uma bolha, que deu origem à crise . Na mesma época, falava-se que os mercados emergentes haviam descolado do mundo rico e que não sofreriam durante o processo de esvaziamento da bolha. A tese estava furada - embora, é verdade, a recuperação nos emergentes esteja acelerada. Os dois termos voltaram porque os mercados se recuperaram de forma surpreendente. Os preços das ações estão perto do ponto visto antes da crise, as commodities subiram e até os preços dos imóveis nos EUA dão sinais de vida. Em grande medida, os preços são sustentados por dinheiro barato injetado pelos bancos centrais. Se voltarmos ao diagnóstico da bolha de 2007, o cenário é parecido. Dinheiro barato aumenta o apetite por risco e, pior, com a sensação de que, caso algo dê errado, os governos voltarão a intervir. E, como em 2007, voltou a tese do descolamento - a qual não está pronta para sobreviver a um teste prático. Como estruturalmente nada mudou ainda na economia global, estes dias de retomada são mais perigosos do que parecem. Quem quiser ir adiante pode ler este texto publicado no Financial Times de hoje.
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