Já estava meio na cara que um novo pacto global para reduzir as emissões de gases do efeito estufa, esperado para sair em Copenhague em dezembro, ficaria para depois. Nesta semana em Barcelona, a União Europeia disse que o acordo vai mesmo ficar para o ano que vem. Faltarão então dois anos para o fim de Kyoto, o protocolo que teve efeitos pífios, mas nos deu um formato para novos acordos.
Parece que dois anos é tempo bastante, mas acho que temos aqui um sinal vermelho aceso. Nada garante que até o ano que vem os atritos de agora estarão resolvidos -- os americanos ainda preferem uma meta interna, mais leve, o Brasil perdeu a chance de propor sua própria meta, a UE está rachada entre Leste e Oeste, a China não diz a que veio e a Índia não quer conversa. Temos um cenário complicado para implementar medidas que não são simples. Se haverá uma nova meta para o período 2012-2020, os países precisam se preparar desde já. Fiquemos com o exemplo do Brasil. Em um pacto ideal, o Brasil teria de apresentar uma meta -- algo como reduzir o desmatamento em 50% ou 80% até 2020. Se começar em 2012, terá perdido um tempo precioso.
Nesta semana fui à abertura do Global Forum em Curitiba, onde eles reprisaram um vídeo gravado pelo economista Jeffrey Sachs. Ele se tornou respeitado por seu trabalho sobre a redução da pobreza e é um dos maiores especialistas em sustentabilidade do mundo. Ele toca na Universidade de Columbia um dos melhores centros de estudos do assunto no globo, e lança o desafio: os céticos que não acreditam no aquecimento global que passem em Columbia. O centro coloca à disposição de quem quiser 800 dos maiores especialistas do mundo. O alerta de Sachs é o seguinte: temos ainda como fazer uma escolha entre desacelerar as mudanças climáticas ou pagar para ver. E, sinceramente, eu não jogaria pôquer com as forças da natureza. O vídeo está aqui:
sexta-feira, 6 de novembro de 2009
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